terça-feira, 22 de abril de 2008

"Maleducado"

Acho que uma falha que cometemos foi não acostumar Juan a nos chamar de "senhor" e "senhora". Hoje estamos forçando a barra para ensina-lo a usar os pronomes corretos quando se referir a pessoas mais velhas. Nem as avós escapam! É sempre "vó, tu viu aquele filme?", "mãe, tu faz sanduíche?", "pai, tu vai pra piscina?". Agora, mesmo com essa forma de se dirigir aos mais velhos, Juan nunca foi de desrespeitar. Nunca "discutiu" ou xingou algum adulto - como vejo muitas crianças fazerem hoje. No meu tempo era tapa na boca pra aprender a não chamar palavrão (como se resolvesse alguma coisa :) Mas com Juan a coisa é na base da conversa. Nunca fui de bater pra ensinar... mas se for realmente necessário, um bolo bem dado sempre traz a lembrança de fazer a coisa certa. Talvez seja essa a teoria da "psicopêia" da nossa saudosa Tia Zezé, que vez ou outra criticava o comentário dos "experts" em educação infantil - e criticava com toda a categoria de uma mãe que dedicou sua vida a educar sete filhos.
Definitivamente, um dos maiores prazeres pra mim é ver Juan se divertindo... seja numa praia, praça, na rua jogando bola ou andando de bicicleta, até mesmo na frente do computador jogando, enfim, o que eu gosto é de ver meu filho saudável e feliz. Talvez por isso é que às vezes a gente não perceba que o "cabra" está cheio de caprichos e manhas.
Pois é, ontem foi feriado. Passamos o dia na casa de Mãe, Juan e Letícia jogaram video-game, brincaram de bola, e depois de jardineiros (ficaram imundos). A noite fomos pegar Érica no Tambiá e os dois brincaram mais ainda na área de lazer. Depois da brincadeira cada um ganhou um sorvete - foi aí que começou a bronca de Juan Diego. Ele queria um sorvete de 3,50, mas só tinha dinheiro para 2 de 1,50 (um pra ele e outro pra Lê), eu não quis dar mais dinheiro justamente para que ele aprendesse a dividir o pouco que tinha. Ele disse que não queria outro sorvete se não fosse aquele "bendito" de 3,50, e quando viu que eu iria comprar o de Letícia mesmo assim, voltou atrás.
Depois do sorvete (meio emburrado), já de volta pra casa, perguntei se ele havia gostado do dia que passamos juntos e ele respondeu com um "não" seco, curto e grosso, que me deu nos nervos. Érica imediatamente perguntou se ele não estava satisfeito com tudo o que a gente tem feito. Depois eu falei que ele tinha, praticamente, tudo o que pedia e que a partir de hoje (ontem) a gente iria dar um tempo nos passeios e presentes. Que ele só iria brincar no prédio com os colegas, não iria jogar no computador durante a semana. Falei também que ele começasse a observar o quanto nós nos esforçamos para lhe dar uma boa vida (Érica trabalhando de domingo a domingo... e eu, quebrando a cabeça e estudando muito, para garantir esse novo emprego, que sinceramente considero uma bênção dos deuses).
Então é isso, as rédias encurtaram um pouco para Juan Diego, mas nada tão dramático. Vamos passar umas duas semanas conversando e mostrando a ele que nem tudo tem que ser do jeito que ele quer... mas sem bolo, por enquanto! :)

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