quinta-feira, 15 de maio de 2008

Momentos de tensão

Há algumas semanas Érica voltou a praticar capoeira e desde então, toda segunda, quarta e sexta eu e Juan a pegamos sempre às 21h.
Em nossa ida até o centro da cidade conversamos sobre algumas coisas cotidianas como colégio, brincadeiras e algumas travessuras da galerinha.
Ontem não foi diferente. Saimos às 21h e logo ele me pediu para contar algumas de minhas 'encrencas da minha época' - nunca havia me imaginado usando essa expressão!
Contei-lhe do dia em que eu e alguns amigos fomos fazer uma trilha, de bicicletas, no Altiplano. Ele achou incrível o fato de uns 6 ou 7 garotos sairem de bicicleta num sol de rachar e nenhum pensou em levar, se quer, uma garrafinha com água! Enfim, depois que eu contei que matamos a sede com cocos tirados da praia e cajus que econtramos no caminho, ele percebeu que em determinadas ocasiões a gente tem que usar a criatividade pra se virar...
Pegamos Érica, e já estávamos voltando pra casa quando nos aproximamos do contorno da universidade (entrada dos Bancários), e lá ouvimos o barulho de tiros (era bala mesmo, à vera). Eu reduzi a velocidade do carro e observei um movimento suspeito à frente. De repente uma pessoa sai correndo do meio do mato, e ouvimos mais uns dois tiros. A princípio cheguei a pensar que era o barulho do escape de algum carro, mas quando ouvi novamente aquele barulho abafado, tive a certeza de que algo estava errado. Mais à frente havia doi ônibus parados e duas pessoas abraçadas e ajoelhadas no chão como se estivessem brigando. Foi quando Érica disse: "ele tá armado!". Acelerei o carro, e por instantes percebi que um dos caras segurava uma arma (acho que um 38, cromado) enquanto o outro tentava segurar o braço do que estava armado, apontando a arma para o chão, para que ele não atirasse, mas mesmo assim ele ainda conseguiu dar uns 3 ou 4 disparos sempre repedinto a frase: 'solta ... Juan estava no banco do passageiro e chegou a ver a luta entre os dois homens.
Por alguns poucos segundos corremos o risco de sermos atingidos por uma 'bala perdida'. Por alguns segundos meu filho deparou-se com uma cena de violência extrema. Por alguns segundos eu pude ver o medo no olhar do meu filho como eu nunca tinha visto... é nessas horas que a gente tem certeza de que realmente somos regidos por uma força maior!

Um comentário:

Criativosa disse...

Eita gota! sabia disso nao... tb ando tao A-T-O-L-A-D-A e atordoada com o mestrado e o trabalho q nunca mais conversei com ninguem... fora o msn, nao tenho visto ninguem =/, mas ainda bem q vcs nao se feriram.