sábado, 21 de junho de 2008

São João 2008... haja pipôco!!!

O primeiro São João de folga em 5 anos! Hoje (21) vou comprar os fogos... vai começar o aperreio, só espero não me queimar de novo... (continua)
27/06/2008
Passamos o São João em Pilar, terra de Tia Paula. A família dela é bastante acolhedora e nos deixou bem à vontade.
Ainda não conhecíamos a cidade, mas depois de uma volta andando pela rua principal, seria impossível alguém se perder... é um lugar bem calmo, de gente educada. Lá, como na maioria das cidades de interior, as pessoas se conhecem pelo nome ou pelo nome da mãe ou pai. Tipo: Beto de Zita, Mané de Piá, Chico de Rita...
Levei os fogos que havia comprado, muita bomba, choveirinho, ratinho, vulcão; o suficiente pra fazer a festa. Mas o que agradou mesmo foram as comidas típicas. Quando chegamos lá os familiares de Paula estavam reunidos na cozinha da Tia Nen preparando as atrações principais da festa. Panelas e mais panelas de canjica, várias pamonhas e bolos de milho... ainda ajudamos na construção da fogueira para a festa que começaria logo à noite.
Finalmente estávamos no clima de São João: fogueira, fogos, comidas e muita gente indo até a praça para assistir a apresentação de uma banda de forró contratada pela prefeitura.
Eu, Nen e Juan ajudamos "Seu Pedro", pai de Paula, a acender a fogueira. Juan estava afoito pra começar a soltar os fogos. Era pipôco pra todo lado. Juan soltando traque, choveirinho e estrelinhas; eu e Nen soltando bombas, ratinhos e os vulcões... um São João do jeito que tem que ser! :)
Mas o melhor ainda estaria por vir...
Chegamos da festa por volta da meia-noite. Nos acomodamos para dormir; meio que no improviso de colchões no chão, mas estava confortável. Nen e Paula decidiram ficar um pouco mais na praça.
Por volta das 3 da madrugada acordo com Nen me chamando aos sussurros: "Coró, Coró... tem ladrão no quintal da casa!". Eu que já gosto de dar porrada em vagabundo, não contei história, levantei e fui ver o que era...
A vizinha, também da família de Paula estava gritando dizendo que alguém havia roubado as roupas do varal... e que havia visto um vulto passando pelo quintal - um terreno aberto que dava para um paú; quem entrasse lá só conseguia sair se fosse pela frente das casas. E era isso que estávamos esperando; se havia alguém no quintal, teria entrado por um dos becos das casas e só conseguiria sair se fosse por lá...
Eu e Nen já estávamos com uns cacetetes na mão, mas ainda receosos de irmos até o quintal. Depois de um tempo o meliante começou a jogar pedras no telhado das casas. Foi o suficiente para acordar todos, exceto Érica e Juan (pra variar).
A cada pedra, um grito da vizinha. Era menino chorando, cachorro latindo... mãe não segurava a gargalhada, também pudera, 3 hroas da madrugada e um moído desses! "Chama a polícia..." - não sei qual foi a alma abençoada que deu a idéia, só sei que depois de meia hora chegaram dois guardas num carro caindo aos pedaços, que da esquina se ouvia uma batucada mais afinada que a bateria da escola de samba Malandros do Morro.
Chegou a 'otoridade'! E num ato de valentia invejável, os dois sacaram os 38s e foram direto para o quintal... Ah, mas nem por isso as pedras cessaram. Foi aí que o elemento caprichou... era pedra pra todo lado, o suficiente pra tirar a paciência do policial, que decidiu atirar no escuro, só pra intimidar. Teco, teco, teco... P
ÁÁÁÁÁ. Depois de "bater catolé" 3 vezes seguidas, o revólver conseguiu disparar... e para completar o policial ainda disse: "eita! Né que funciona..." isso foi o suficiente pra fazer com que mãe corresse pra dentro da casa prendendo a gargalhada!
Depois de uns 3 tiros, alguém chegou dizer: "acho que acertei". Decidiram, então, pegar uma lanterna "potente" no carro pra poder clarear o fundo do quintal. Mas cadê a lanterna? Havia ficado no posto... então o cabo pede pro soldado ir pegar. Novamente a batucada da Maladros do Morro entra em cena; mãe já tava com cara de choro de tanto rir... depois de mais 30 minutos, chega o policial, agora trazendo a lanterna mais 2 companheiros como reforço, enquanto o cabo tomava um cafezinho com bolo de milho na cozinha...
Beleza, agora com a lanterna "potente" o meliante não tinha como se esconder... acenderam a lanterna e realmente a bicha clareou tudo, mas só por uns 10 segundos... é que as pilhas haviam descarregado.
A essa altura eu, mãe e Nen já não conseguíamos esconder os risos. Até os policiais já estavam sorrindo da situação.
Por fim, o elemento deixou de jogar pedras no telhado, os policiais não mataram ninguém (felizmente) e todos terminaram comendo um bolinho de milho com café, pra espantar o frio da madrugada.
No dia seguinte tomamos um banho muito massa no rio Paraíba, juntamos as tralhas e voltamos com mais uma história pra contar... Ano que vem a gente vai de novo!!!

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